quarta-feira, 29 de abril de 2009

Lambe-lambes em Belo Horizonte

Em tempos de mudanças no mundo do trabalho, vejam a matéria publicada pelo site da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (www.pbh.gov.br):

Lambe-lambes vão se transformar em patrimônio cultural da cidade

O reconhecimento do ofício dos lambe-lambes como patrimônio cultural está amparado pela lei 9.000/2004, que rege o Registro de Bens de Natureza Imaterial.


A Prefeitura, por meio da Fundação Municipal de Cultura e do Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural, quer preservar na memória um dos mais tradicionais ofícios da capital: os fotógrafos lambe-lambes. Para isso, em julho do ano passado, o Conselho aprovou a abertura do processo de registro desta atividade como patrimônio cultural da cidade. Com o propósito de concretizar este processo, a Prefeitura necessita da participação da população. Por meio do “Projeto Memória Urbana”, as pessoas podem compartilhar fotografias antigas, documentos ou uma boa história sobre os lambe-lambes da capital e, assim, ajudar a construir um inventário sobre a atividade destes profissionais. Os interessados em colaborar podem entrar em contato com a Diretoria de Patrimônio Cultural, pelos telefones 3277-5136 e 3277-5011.O registro fotográfico dos passeios em parques e praças de Belo Horizonte parece simples nos dias atuais, mas, durante décadas, representou uma importante atividade para a memória das pessoas e da própria cidade. Os lambe-lambes foram testemunhas e observadores privilegiados da história e das transformações da cidade. Esse fato fez com que se tornassem guardiões da memória e cronistas visuais da comunidade.Com o passar dos anos e o avanço da tecnologia, os lambe-lambes viram sua atividade perder espaço entre a população e começaram a deixar a profissão. Atualmente, restam, em Belo Horizonte, apenas sete destes profissionais, cinco que atuam no Parque Municipal e dois na Praça Rui Barbosa. Além de ter importância histórica e simbólica para os belo-horizontinos, o ofício dos lambes-lambes compõe a identidade e a memória da capital. O registro dos lambe-lambes como patrimônio cultural irá valorizar e divulgar a atividade, além de promover entre os fotógrafos, o poder público e a sociedade, o diálogo necessário para sua salvaguarda.O reconhecimento do ofício dos lambe-lambes como patrimônio cultural está amparado pela lei 9.000/2004, que rege o Registro de Bens de Natureza Imaterial. Por meio dele, o município irá conceder legitimidade à atividade e promover a sua salvaguarda por meio de ações como “identificação, reconhecimento, registro etnográfico, acompanhamento de seu desenvolvimento histórico, divulgação e apoio”.

História

A história dos lambe-lambes se confunde com a história do belo-horizontino e de sua relação com os parques e praças públicas. Por volta de 1922, já era possível encontrar profissionais tirando suas fotografias. Suas máquinas registravam ocasiões especiais como uma reunião familiar, um casal enamorado, grupos de amigos e crianças montadas nos tradicionais cavalinhos.Em meados da década de 1950, os lambe-lambes ganharam maior visibilidade em função de um importante serviço que prestavam. No período da “febre” das fotografias 3x4, eles eram os únicos que revelavam as fotos em no máximo 20 minutos. Não se pode esquecer também dos famosos “monóculos”, pequenos cilindros de plástico onde a foto em miniatura era visualizada contra a luz e que ainda podiam ser encontrados até os anos 80.

2 comentários:

  1. Sempre que eu caminhava pelo Parque Municipal (caminhava no passado, pois agora nem tempo para esse tipo de lazer a grande maioria da sociedade encontra mais)observava esses profissionais que ficavam com aquele instrumento antigo... perguntando quem gostaria de tirar uma foto sentado no cavalinho. E eu nem atinava para o fato de que "Atualmente, restam, em Belo Horizonte, apenas sete destes profissionais, cinco que atuam no Parque Municipal e dois na Praça Rui Barbosa". Isso me parece algo realmente surpreendente e ao mesmo tempo inimaginável. Certamente um oficio como esse deve sim, entrar pra história da nossa cidade. Valorizando as raízes. É uma pena que só atinamos pra essas coisas quando elas aparecem de uma maneira "bombástica" ou em um blog da disciplina cursada.

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  2. Nossa! Não sabia que eram tão poucos! Mas é fato que esses profissionais perderam espaço em nossa sociedade, bem como vários outros. Isso me remete à visita que fizemos ao museu de Artes e Ofícios de BH, onde pudemos refletir sobre o trabalho e o lugar que ele ocupa e já ocupou na história. Vários foram extintos, mas deixaram suas contribuições. E é importante sim valorizarmos cada um deles!!

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